Monismo

A Gaiola

O nosso organismo é a máquina mais perfeita que Deus criou, pois foi estruturado à sua imagem e semelhança. Porém, não deixa de ser uma prisão para nossa alma, que possui natureza cósmica. Entretanto, no plano terrestre ela tem que reduzir sua grandiosidade para suportar as asperezas deste meio ambiente, necessário para as experiências evolutivas.

Em decorrência dessa motivação, a alma sente-se aprisionada, limitada nas suas potencialidades e, por esse motivo, associamos a figura de uma gaiola em analogia ao nosso envoltório físico limitante.

No plano espiritual a matéria é menos densa e versátil, modelada pela vontade e adaptável às circunstâncias.

A associação de nosso corpo físico à uma gaiola não é apenas uma forma de explicar nossas limitações, mas também para lembrar do que essa limitação nos condiciona, nos fazendo esquecer de nossas vidas passadas e nossos comprometimentos cármicos, que poderiam interferir em uma nova experiência existencial, pois poderíamos lembrar de ocorrências desagradáveis de outras vidas e, também, de inimigos. Pelas disputas, desentendimentos, guerras entre pessoas que podem ter nascido como, por exemplo, parentes próximos. O que dificultaria resgates cármicos programados no plano reencarnatórios.

Outros fatores podem ser lembrados como compromissos afetivos, envolvendo familiares. Enfim, inúmeros fatores que poderiam interferir na nova conquista de experiências e resgates poderiam ser comprometidos caso o corpo físico não fosse limitante.

Após o desencarne toda memória atávica (antiga) retorna e favorece a elucidação da experiência adquirida e a motivação da última reencarnação que se somam na conquista da evolução.

Ainda fazendo referência ao esquecimento, pode favorecer as pessoas que em outras vidas foram personagens importantes socialmente, como nobres ou governantes de grandes nações, para voltarem na condição, por exemplo, de um humilde servidor braçal, com experiência para desenvolver a humildade e eliminar a soberba adquirida anteriormente. Lembramos a necessidade de um trabalho árduo para seu sustento e de sua família em contraste com a vida anterior de fartura e riqueza.

Essas experiências demonstram como é inteligente o plano divino que nos criou com tanto amor, nos ofertando ferramentas para trabalharmos nossas limitações em busca de libertação espiritual.

A associação do corpo físico a uma gaiola não tem cunho pejorativo no texto, apenas tem a pretensão de realçar a condição limitante da alma encarnada. O indivíduo quando desencarna pode continuar com a sensação de prisão no próprio corpo, como uma gaiola, pois, para ter rápida consciência da passagem é preciso ter uma certa maturidade espiritual. As vezes, o que pode acontecer é ele ser direcionado à regiões umbralinas para drenar as chagas do mal cometido.

Com sucessivas reencarnações e com evolução quase nula, ou seja, sem esforço para melhorar, ou com a possibilidade de ter feito tudo ao contrário piorando seu carma, certamente será conduzido a outros orbes planetários de condições primárias de vida.

A oportunidade de uma reencarnação no plano físico é uma dádiva e, infelizmente, poucos aproveitam esta oportunidade e muitos continuam em uma condição medíocre. Passam a vida se entretendo com futilidades e ilusões impossíveis.

Por outro lado, existem seres que aproveitam suas vidas e logo eliminam a roda de reencarnações e ascendem a planos superiores com missões importantes.

Dr. Guaracy Rosa

Dr. Guaracy Rosa

Formado em Odontologia - Professor de Farmacologia - 48 Anos de Carreira Universitária - Integrou Corpo Docente da USP - Doutorado em Farmacologia

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