O amor puro é a verdadeira natureza de Deus, pois todo o universo foi criado como um gesto de amor de “Sua” vontade e se incorporou em todas as dimensões. No homem a “Sua” verdadeira imagem. Estando inserido na sua alma e também em todas as espécies, o amor é a linguagem entre elas e tem como referência o “amor materno” como exemplo do amor universal, o mais alto de todos!
Apesar do amor puro residir em todos os seres, não se faz pleno e se manifesta em diferentes variações, enquanto não atingirem o grau de “realização” ou o “retorno à casa do Pai”.
A onipresença é um de Seus atributos e possui poderes incríveis, podendo criar e também destruir! O amor à pátria pode ensejar o terrorismo irresponsável e à destruição, por outro lado esse amor à pátria pode produzir grandes feitos, lembrando Mahatma Gandhi que libertou a Índia do jugo inglês.
Na sequência das variáveis do amor, merece comentários a paixão, a atração sexual e outros sentimentos que mais se confundem com impulsos instintivos com características do plano evolutivo que se encontram. A leoa age como predadora para alimentar seus filhotes, de forma grotesca, dilacerando sua presa. A paixão se confunde com amor quando prevalece o desejo de posse da pessoa supostamente amada. A atração sexual às vezes é confundida com amor verdadeiro, porém na maioria das vezes é impulso biológico garantindo a perpetuação das espécies. Aberrações, como o caso dos pedófilos, dos estupradores, estão incluídas na forma primitiva do instinto das espécies nas formas primárias da evolução.
Excluindo essas variáveis primitivas devemos exaltar o amor puro ou verdadeiro, que constrói, acrescenta, encanta e caracteriza-se pela alegria, felicidade, realizações e estímulo para existências abnegadas como a dos sacerdotes, monges, freiras e devotos reclusos que vivem para a religião, além dos missionários.
Lembramos também o amor que é transmitido pelos acordes de uma orquestra, um sentimento incontido de emoções, o amor descrito por escritores em seus romances amorosos. Cantores, artistas, poetas, que transmitem momentos de emoções agradáveis.
Como vimos o amor pode causar alegrias como também sofrimentos e decepções, mas em nossa alma encontra-se o verdadeiro amor, pois ela, a alma, é a centelha divina em nossa natureza e quando se manifesta é tudo de bom, de belo e de encantamento.
Vamos nos referir sobre esse amor puro que inicialmente nos transporta para nossa infância. Lembram de nossas travessuras? Em brincadeiras inocentes e jocosas, éramos puros de coração, amávamos intensamente nossos pais, irmãos e amiguinhos, não existia maldade, malícia ou sentimentos negativos. Amávamos tudo e a todos.
Que lembranças maravilhosas! É na juventude que sentimos amor pela primeira vez, foi mágico e até hoje lembramos o primeiro beijo, do primeiro abraço e da primeira declaração de amor.
Na maturidade encontramos nossa alma gêmea e nos casamos e temos filhos. Que maravilha! Na velhice recordamos tudo que foi bom e belo e sentimos a alegria do dever cumprido.
O amor, em todos esses momentos, foi a mola propulsora de nossa existência e perguntaríamos: teria sido possível viver toda essa existência sem amor? Claro que não. Foi na verdade a motivação de nossa existência.
Lamentamos o fato que muitos não tiveram e nem procuraram o verdadeiro amor dentro de si! A propósito relatamos uma passagem ocorrida há algum tempo: um discípulo pergunta ao seu mestre: “Mestre quando saberei que estou evoluindo? Tenho seguido suas práticas, mas fico com dúvidas”. O mestre respondeu: “Quando você encontrar uma formiguinha, ziguezagueando à procura de alimento e você reconhecer que ela é sua irmãzinha menor e sentir um grande amor por ela, certamente, você terá evoluído enormemente!”
Essa passagem está contida no livro “Monismo – uma interpretação atualizada” e é um dos mais belos ensinamentos dos seus princípios, pois coloca em evidência a irmandade entre as espécies e a conquista da nossa evolução.
O amor deve ser lembrado também pelas suas múltiplas faces, ou seja: pela amizade, generosidade, afeto, respeito, admiração, solidariedade, cumplicidade, cooperação, cordialidade, atenção, caridade, filantropia, tolerância, entre outros!