Monismo

Divinização Monista

Um dos atributos divinos é a onipresença de Deus, isto é, Deus é tudo. Somos nós, toda a natureza e até o ar que respiramos. Diante deste conceito, fica fácil entender o que é divinização da vida, sentir que somos “Ele”, que convivemos com “Ele” em todos os momentos e com tudo que nos cerca, as pessoas, os animais, a vegetação, os alimentos que ingerimos, enfim, tudo.

A prática da divinização da vida juntamente com a meditação é viver a dimensão monista. Muitas pessoas já vivem a divinização, mas não tem consciência do fato. São pessoas que se dedicam de corpo e alma a um ideal como, por exemplo, biólogos que convivem com animais, estudando e preservando espécies em extinção. Podemos citar também os arquitetos que criam formas arrojadas nas construções, vivenciando a beleza das formas numa expressão de criatividade estética e, como exemplo podemos citar Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro de projeção internacional.

Pessoas que se dedicam a flores diversas como lazer e, com elas, sentem um prazer imenso, aprimorando espécies de beleza indescritível. A propósito, lembramos as experiências de Aldous Huxley, cientista de renome que se submeteu a diversos experimentos, utilizando seu próprio organismo, para testes com uma substância extraída de um cactos nativo do sul dos Estados Unidos, mais precisamente, no México, que se chama Lophofora wilhianssi de onde se extrai uma substância chamada mescalina ou mescal, ou paiolt, que tem efeitos psicodélicos (termo usado para substâncias que alteram percepções sensoriais). Ele descreve alterações sensoriais que foram, inclusive, relatadas em um livro intitulado “Nas portas da percepção, o céu e o inferno”, quando relaciona as alterações que sofre pelo uso da mescalina. Inicialmente, revela à sua secretária a beleza estética dos pés de uma cadeira que existia em sua sala, nunca antes por ele observada, em seguida no jardim se encantou com as flores e se identificou com elas, isto é, ele e as flores se tornaram uma coisa só. O tempo e o espaço se alteraram, minutos pareciam horas e horas, minutos.

Este relato da experiência desse cientista não deve insinuar o uso de drogas que, na verdade, deve ser condenado, mas as suas experiências demonstram que possuímos centros ainda adormecidos no cérebro, que poderiam explicar essas sensibilidades especiais que diferenciam pessoas, também especiais, que se sensibilizam e se dedicam a algum ramo de atividade com muita devoção, provavelmente por terem centros sensoriais já desenvolvidos, porém, sem consciência destes fatos.

A divinização é muito aparente em pessoas devotas, em alguma religião, pois todas elas são boas e ensinam que devemos conviver com o próximo com amor e respeito, pois o evangelho de Mateus 22:39 recomenda: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

Muitas outras conclusões podemos inferir com relação ao que foi exposto.

Dr. Guaracy Rosa

Dr. Guaracy Rosa

Formado em Odontologia - Professor de Farmacologia - 48 Anos de Carreira Universitária - Integrou Corpo Docente da USP - Doutorado em Farmacologia

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